Olha pro relógio pra ter certeza que ainda não é meio dia. Olha ao redor pra ter certeza que ainda não deixou de ser. Que sol, meu deus. Se corrige mentalmente, minha deusa, minha deusa. Ri sozinha meio sem graça de uma mensagem fofinha. Alguém no banco da frente, aqueles ao contrário que dão náusea só de olhar, repara. Sorrisos trocados, caneta invisível, sol do cão, pela deusa. Se perde nas ideias, nas trocas, a moça do lado mandou um nude pelo whatsapp. Sem querer reparei, ou será que foi ela que reparou? Olha pro relógio, mas não usa relógio. Olha pro banco ao contrário que dá náusea mas não tinha mais ninguém. Que calor. As vezes eu só queria não ter muito pra onde ir mas, que ainda assim, eu fosse. Perde a parada. Sou essa pessoa. Ri sozinha e encontra outro olhar cúmplice. Alguém também se distraiu e perdeu a parada. Achei que ainda fosse janeiro, meio dia.
top of page
PRISCILLA
BUHR
bottom of page
Comments